Você está aqui: Página Inicial > Contents > Notícias > Programa “Bolsas FUNBIO - Conservando o Futuro” apoiará pesquisa de campo com foco nas redes ecológicas formadas por espécies de plantas e aves frugívoras no norte da Paraíba
conteúdo

Notícias

Programa “Bolsas FUNBIO - Conservando o Futuro” apoiará pesquisa de campo com foco nas redes ecológicas formadas por espécies de plantas e aves frugívoras no norte da Paraíba

publicado: 05/01/2023 10h39, última modificação: 05/01/2023 10h48

Projeto aprovado está focado nas interações entre plantas e aves frugívoras em fragmentos do extremo norte da Floresta Atlântica, gerando subsídios para a restauração de funções ecossistêmicas essenciais para a conservação da biodiversidade e para a proposta de um corredor agroecológico conectando alguns dos principais remanescentes florestais do Centro de Endemismo Pernambuco.

Foi anunciada a aprovação de apoio financeiro do FUNBIO para os trabalhos de campo do projeto Redes de interações mutualistas entre plantas e aves frugívoras em remanescentes florestais do litoral norte da Paraíba: subsídios para uma abordagem meta-comunitária de conservação e restauração da biodiversidade. O financiamento foi aprovado no âmbito do Programa Bolsas FUNBIO - Conservando o Futuro para a pesquisa desenvolvida pelo doutorando Fabrício Jerônimo, aluno do Programa de Pós-Graduação  em Ciências Biológicas (PPGCB/UFPB – Campus I) e orientado pelo prof. Rafael Raimundo, do Campus IV da Universidade Federal da Paraíba. O trabalho conta ainda com a colaboração da profa. Zelma Quirino, do Laboratório de Ecologia Vegetal (LABEV) do DEMA/UFPB e de pesquisadores do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres (CEMAVE/ICMBio). As atividades de campo que serão financiadas pelo FUNBIO abrangem dois fragmentos florestais legalmente protegidos que são hotspots de biodiversidade no norte da Floresta Atlântica - a Reserva Biológica Guaribas e a APA do Rio Mamanguape -- e outros fragmentos florestais da região.


O doutorando contemplado pelo financiamento do FUNBIO, Fabrício Jerônimo (foto), que é egresso do curso de bacharelado em Ecologia da UFPB e do Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Monitoramento Ambiental (PPGEMA), ressalta que “o estudo das redes de interações entre plantas e animais frugívoros nos principais remanescentes de Floresta Atlântica do norte da Paraíba é um passo importante para diagnosticarmos como está a estrutura da biodiversidade na região, particularmente a função ecossistêmica da dispersão de sementes, que é um processo-chave para a conservação e restauração de ambientes florestais”. Na Paraíba, espécies de aves frugívoras de grande porte que cumpriam um papel importante na dispersão das espécies de plantas em escala de paisagem, tais como araçaris e arapongas, têm sido cada vez menos frequentemente observadas. Por exemplo, segundo Antônio Emanuel Barreto, analista ambiental do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres (CEMAVE/ICMBio), o último registro conhecido da araponga-do-nordeste no litoral norte da Paraíba ocorreu há cerca de 30 anos.

Nesse contexto, a descrição dos padrões de interação das espécies de aves frugívoras que ainda existem na região representa a base para o delineamento de estratégias funcionais de conservação que, no futuro, poderão incluir projetos de refaunação – isto é, a reintrodução de espécies animais que têm funções ecológicas importantes, mas que já estão regionalmente extintas. Por tratar-se de um projeto que abrange os principais remanescentes florestais do norte da Paraíba, a pesquisa também irá gerar informações básicas relevantes para o debate proposto pelo Laboratório Misto Internacional IDEAL – uma rede internacional de pesquisa socioecológica coordenada pelo Campus IV da UFPB e pelo Instituto Francês de Pesquisa para o Desenvolvimento (IRD) que começará a funcionar em 2023 -- sobre o estabelecimento, em longo prazo, de um corredor agroecológico conectando remanescentes florestais do Centro de Endemismo Pernambuco no litoral norte da Paraíba. A proposta de um corredor agroecológico no litoral norte paraibano como catalisador de um processo de transição socioecológica no qual a restauração dos ecossistemas e a inclusão social e produtiva caminham juntas corresponde a um dos quatro estudos de casos propostos pelo LMI IDEAL na região Nordeste do Brasil, em sintonia com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU. A proposta do LMI IDEAL foi recentemente aprovada pelo IRD e tem o início de sua implementação previsto para 2023.