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Pesquisador do DEMA é o primeiro cientista a observar os Corais da Amazônia

Professor Ronaldo Bastos Francini Filho do DEMA-CCAE é o primeiro cientista a observar os Corais da Amazônia
publicado: 30/01/2017 10h51, última modificação: 30/01/2017 10h56

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O biólogo Ronaldo Francini Filho realizou a primeira observação in loco do recife de corais da Amazônia. O bioma, recentemente descoberto, está situado na foz do rio Amazonas, a cerca de 100 quilômetros da costa brasileira e a 220 metros de profundidade.

O mergulho aconteceu ontem, 27 de janeiro, e teve duas horas de duração. Foi realizado dentro do submarino Deep Worker do grupo Greenpeace, junto com o piloto John Hocevar, diretor da Campanha de Oceanos da entidade. As primeiras imagens foram obtidas a 185 metros de profundidade.

 

O recife tem chamado a atenção do mundo todo por exibir um ecossistema único e por funcionar como um reservatório de biodiversidade que preserva corais - ameaçados nas áreas rasas por conta das mudanças climáticas, da pesca e, principalmente, da poluição costeira.

Francini Filho é vinculado ao Departamento de Engenharia e Meio Ambiente do Centro de Ciências Aplicadas e Educação (CCAE) da UFPB, com mestrado e doutorado em zoologia. É especialista em ecologia e conservação de recifes de corais em áreas profundas.

Ele integra um consórcio de pesquisadores das universidades federais da Paraíba (UFPB), do Pará (UFPA), do Rio de Janeiro (UFRJ), da Universidade de São Paulo (USP) e da universidade estadual do norte Fluminense (UENF) que investiga o coral desde 2011. Mas, o projeto só foi alavancado depois da divulgação de um artigo do grupo, no ano passado, pela revista Science Advances. A publicação atraiu diversos setores, governos e ONGs, como o Greenpeace, possibilitando o financiamento da pesquisa sobre o novo bioma amazônico.

O grupo está embarcado no navio Esperanza do Greenpeace, com o objetivo de caracterizar o ambiente do coral, do ponto de vista oceanográfico, e todos os organismos, do ponto de vista biológico. “Estamos certos da descoberta de novas espécies, desconhecidas da comunidade científica”, anunciou Francini, “o que aumenta a importância de um planejamento sistemático e eficiente, capaz de conciliar exploração econômica com a preservação do novo bioma amazônico”. Ele destacou, ainda, que a conservação do ecossistema tem grande relevância econômica para a população costeira do Amapá.

Além do aspecto técnico, a expedição envolve a campanha Defenda os Corais da Amazônia, deflagrada pela entidade ambientalista, contra a extração de petróleo na região. Para assinar a petição em favor do novo bioma: https://br.amazonreefs.org/(link is external).

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Fonte: 
ACS | Rita Ferreira, com fotografias de Marizilda Cruppe e ilustração do Greenpeace